
Corrida ao ouro deixa rasto de desforestação na América do Sul
A cotação do ouro no mercado internacional tem aumentado também o custo
ambiental da exploração do metal precioso nas florestas da América do Sul.
De acordo com um estudo publicado no dia 14 de janeiro no jornal científico
Environmental Research Letter, entre 2001 e 2013, os exploradores de ouro
derrubaram perto de 1.680 km² de florestas, uma área pouco maior do que
por exemplo a cidade de São Paulo, no Brasil.
Entre 2001 e 2006, foram perdidos 377 km² de florestas, em 61 áreas de minas.
De 2007 a 2013, esta área quadruplicou, passando a 1.303 km², em 116 locais.
Os responsáveis pelo estudo admitem que esta desflorestação provocada pela
exploração do ouro, é pequena se comparada à destruição causada pela conversão de florestas em pastagens ou áreas agrícolas, mas alertam para um agravante. Nora Álvarez-Berrios, líder da pesquisa, explica que o desabamento de floresta devido à mineração ocorre justamente em algumas das áreas com maior biodiversidade de Amazônia. "Por exemplo, a região de Madre de Dios, no Peru, onde um hectare de floresta pode abrigar mais de 300 espécies de árvores", afirma a investigadora.
Aproximadamente um terço da desflorestação causada pela mineração ocorreu a menos de 10 quilômetros de áreas protegidas, o que se as tornaria suscetíveis à poluição química.
Para Nora Álvarez-Berrios, é importante conscientizar os consumidores de ouro sobre os impactos provocados pela compra e investimentos em ouro. Para ela, é importante também incentivar formas mais responsáveis de extração do metal, ajudando os mineiros a extrair o ouro de maneira mais eficiente.
Fonte: oeco.org
